quinta-feira, 26 de julho de 2012

Obrigado, hoje não!

Estou em Curitiba, participando do X Congresso Brasileiro de Terapia Familiar. 
Apesar de não ser a área de estudo da Psicologia que me desperta mais interesse, resolvi participar, pois um dos eixos principais do Congresso é sobre o papel da familia com o dependente químico, usuário.
Cada vez mais, percebo como esse tema (dependência) é complexo é requer inter diciplinaridade, se quisermos pensar em bons resultados. Sim, pois solução não existe. Como disse uma das debatedoras, Eroy da Silva, "melhor pensarmos em solucinhas," isto é, pequenas ações que podem resolver parte do problema.
Ainda tem muita pedra para ser quebrada, muito preconceito a ser vencido, muita gente hipócrita ditando as regras, pensava nisso, fazendo uma avaliação do dia e admirando as belas ruas do centro de Curitiba, quando de repente aparece um moleque, que não devia ter mais do que 18 anos e diz:
"Aí véi, quer um beck?" - me oferecendo se eu queria comprar maconha.
Na hora pensei, "putz, depois de uma sessão de comida alemã...um digestivo agora ia ser ideal" - se fosse outra época teria aceitado a oferta na hora.
Ainda pensei em fazer uma provocação, e perguntar se ele "só possuía cannabis, ou tinha variedade de ilícitos no cardápio?"
Mas achei melhor ficar quieto, vai que ele não entende a piada. Ou vai que ele tem, e aí ia ficar feio pro meu lado...
"Obrigado, hoje não!" - e continuei a minha caminhada, sem preocupação nenhuma, mindin'my own bussines.
Nem na cracolandia alguém é tão displicente, sai perguntando se você quer a droga ou não, você sabe que tem, pergunta prá, outro e de repente acha, e quando dobro a esquina para voltar ao hotel, dou de cara com um prédio da Secretaria da Segurança Publica, claro, fechado pois já é de noite, mas eu já tinha ouvido em várias ocasiões, que conseguir maconha em Curitiba é tão fácil quanto churrasco grego em SP. 
E ainda existe gente refratária a repensar a politica de drogas no Brasil.

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